sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Tudo pronto, tudo acertado, tudo aprovado, tudo tinindo. Amanhã começamos as gravações de Lígia Nâo Existe. Irrá!



"-Tão sozinhos, não sabem o que esconder, estão na frente de alguma coisa, não sabem o que mostrar, falam sozinhos em pensamento, dizem que alguns se perguntam onde estão, como se soubessem quem são. Sozinhos, no meio de todos eles todos são estranhos para todos, menos ainda que estranhos para si...

-Mas essa descoberta talvez nem exista, talvez nunca, seria talvez até uma descoberta desnecessária de algum comportamento imperceptível em alguma partícula sem nenhuma importância pra quem pudesse descobrir, talvez fosse numa velocidade tão grande que seria impossível para qualquer ser notar, que aquele acontecimento criar-se e destruir-se numa velocidade tal, que fosse impossível acumular tantos acontecimentos e manifestações... Como se fosse em um rompimento de tempo e espaço, e nada disso poderia existir.

-Mas eles existiam, e estavam sozinhos e sem tempo, o que é impossível de entender, porque seus tempos eram incalculavelmente maiores que aquele tempo daqueles que nem perdiam tempo entendendo. Mas como poderiam entender, eles que eram menos ainda entendidos, como se existissem para todos, viviam suas vidas existindo para aqueles que existiam, sem saber ao certo quem existe pra quem e até que ponto isso tem alguma importância para ambos. Talvez um dia algum olhe pro lado e veja algum dos que não existem.

-Mas eles continuam se entendendo pouco até mesmo se calculado ao tamanho de seus tempos, infinitamente nada se comparado ao tempo em que os acontecimentos e manifestações da partícula que não existe, mas se entendem o suficiente para se comunicarem, e existem o suficiente para criar-se e destruir-se naquele modo insignificante para qualquer um."

Barata, teoria dos fósforos, texto que escrevi a algum tempo e que tem tudo a ver com a história da Lígia.


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